segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Análise

Resolvi analisar uma das meninas que moram comigo. Até porque a situação na República não estava das melhores. Acho que o fato de ser final de ano, muita coisa na faculdade, a ausência da família e os dias de dona de casa ajudaram bastante na nossa “crise conjugal”. Conjugal sim, porque por mais que não tenhamos um relacionamento afetivo de marido e mulher, acordar todos os dias e ver a pessoa, almoçar com ela, ter que dar satisfações, dividir as contas, é um verdadeiro casamento. (Acho que desisti de casar.. hahahaa).
O primeiro dia de análise foi pura decepção, comecei a surtar, só percebia os defeitos alheios e quase pedi pra sair. Percebi que a vítima da minha análise era muito complexa, acordava sem dar um “bom dia” e se fazia vítima de todas as situações, nada estava bom. Desisti e fui durmir. Já no segundo dia eu resolvi ser legal e desejar um bom dia, em troca recebi um sorriso enorme. Senti que as coisas estavam mudando... Seria o “bom dia” a solução de todos os problemas? Não. Mas era um sinal do Condicionamento Operante – a minha ação gerou uma reação positiva, reforçadora.
No terceiro dia, junto com o meu aprendizado do dia anterior percebi uma mudança observável no comportamento, tanto no meu quanto no dela. Ela acordou e me desejou bom dia, perguntou se eu aceitava café, eu disse que sim. Tomamos o café da manhã juntas e falamos da correria na faculdade. No almoço nossos assuntos pareciam não acabar, senti que as minhas atitudes desenhavam as atitudes dela. Era um problema de comunicação, de abrir o coração.
No quarto dia chamamos todo mundo aqui de casa e saímos pra comer. Quanto tempo a gente não fazia isso. Estávamos começando a cuidar do nosso casamento, antes que tudo fosse por água abaixo. Assim como o Fundamento do comportamento individual nos diz que temos que saber lidar, apreciar o que o outro tem de melhor e obter resultados de forma positiva, comecei a fazer isso dentro da minha “organização”, que é a minha casa. É preciso aprender a respeitar os defeitos dos outros e nós estávamos começando a perceber isso.
Assim que chegou o quinto dia, o clima em casa era outro. Ela estava feliz, eu mais feliz ainda. Porque nós começamos a nos aceitar de forma leve, suave. E por incrível que pareça as coisas estão melhores. Engraçado que tudo começou a mudar com uma simples atitude minha, de abrir o meu coração e um sorriso no rosto.

Por: Letícia Fernandes

Nenhum comentário:

Postar um comentário